quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

primeiro capitulo do minha história! espero que gostem

Está mais escura que o normal a minha vida agora, estou sofrendo tanto que não tenho mais forças para continuar, só uma coisa me faz querer estar viva, é ele e mais nada, sei que se eu não estiver viva e também não estará.
Provavelmente você que está lendo isso agora não está entendendo, tenho que começar explicar desde o início de tudo, sem pular parte alguma.
Eu tenho vinte e dois anos agora, mas tudo começou quando eu tinha apenas quatorze, sempre fui uma das mais bonitas e sempre chamei muita atenção aonde quer que eu fosse, e foi assim que eu acabei na situação que eu estou hoje, me lembro muito bem do dia, estava uma manhã quente como é normal no Rio, primeiro dia de aula quando eu estava ainda no nono ano, antiga oitava série, estava atrasada então só me lembro de sair andando rápido pelos corredores da escola ( quase correndo), assim que eu fiz a curva que dava no corredor da minha sala bate em um rapaz e cai no chão, comecei a catar tudo sem menos olhar para ele, estava com medo de ser um professor ou pior o diretor.

 – me desculpe – o menino diz com uma voz doce e forte.
 – a culpa foi minha – eu digo sem olhar para ele.
Ele abaixou do meu lado e começou a me ajudar a pegar as coisas.
 – você é de que série? – ele me perguntou.
 – oitava – eu digo e essa foi à hora que eu olhei para ele, foi como se meu sangue tivesse subido todo para a cabeça, senti minhas bochechas ficarem quente e minhas mãos gelarem, ele era perfeito, nunca tinha sonhado com alguém como ele, e nunca tinha gostado de um garoto, mas acho que isso tinha acabado de mudar naquele mesmo instante.
 – eu também – ele fala, interrompendo todos os meus pensamentos sobre ele.
 – hã?
 – também sou da oitava série e suponho que você estava indo para sala não é?
 – é sim – eu respondo com as mãos tremulas.
 – eles pediram para ir para o auditório, não tem ninguém na sala.
 – desculpa ser intrometida, mas o que você estava fazendo lá sozinho?
 – minha irmã esqueceu a bolsa e ma fez voltar para pegar.
 – ela conseguiu esquecer a bolsa!?
 – ela é meio distraída.
 – deu para notar.
 – seu nome é? – ele me perguntou sorrindo, mas que sorriso lindo, me deixava nas nuvens.
 – é Liziane, mas aqui o pessoal me chama de Lizi.
 – então você é a famosa Lizi.
 – já falaram de mim? – eu perguntei confusa.
 – falaram na festa de ontem.
 – certo, a festa de recepção aos novos alunos.
 – por que você não foi? – ele me perguntou.
 – eu não gosto muito de festas prefiro ficar em casa – eu disse a ele.
 – e na festa de amanhã você vai?
 – vamos ir um pouco mais devagar, qual é o seu nome mesmo?
 – isso é mesmo importante? – ele disse brincando.
 – é claro – eu disse sorrindo.
 – você tem olhos bonitos.
 – não me enrola, qual é o seu nome?
 – Luis Felipe – ele disse – mas de verdade, eu adorei os seus olhos.
 – obrigada – eu disse ficando com as bochechas rosadas.
 – são azuis, certo? – ele me perguntou.
 – são sim – eu respondi sem graça, abaixando a cabeça.
 – vamos para o auditório.
 – é claro – eu disse a ele.
Assim que chegamos ao auditório nós nos separamos, eu me sentei perto das meninas que normalmente eu ficava e ele foi para o outro lado, sentei e fiz o que eu fazia de costume, peguei um livro dentro da bolsa e comecei a ler, paginas e mais paginas em cerca de minutos e de repente entrou o diretor e fez o mesmo discurso chato que ele faz todo ano.
Assim que terminou, fomos para sala e eu fiz tudo o que devia fazer, deu à hora do intervalo e eu sai com o meu livro na mão e lendo pelo meio do caminho, e de repente outro trombo, e com a mesma pessoa.
 – Luis, de novo você – eu disse a ele rindo.
 – você é que tem que prestar mais atenção por onde anda.
 – é que eu estava lendo.
 – não se deve ler e andar ao mesmo tempo – ele me disse sorrindo.
 – isso é verdade – eu disse a ele.
 – e então, você não me disse se vai à festa amanhã.
 – nem estou sabendo da festa e olha que você é o aluno novo.
 – mas eu queria que você fosse.
 – por quê?
 – gostei de você – ele me disse, meu coração pulou do peito quando ele disse aquilo.
 – é mesmo? – eu disse tentando disfarçar a vergonha.
 – é sim.
 – então podemos ser amigos – eu disse.
 – é... – ele disse sem graça.
 – haa... Estava indo tão bem – uma menina disse saindo de dentro de uma sala.
 – hã? – eu perguntei confusa.
 – oi – ela disse com uma voz agradável – eu sou a Lana.
 – oi Lana – eu disse – sou a Lizi.
 – eu sei quem você é, todos falam demais em você aqui, principalmente os meninos.
 – haa... Sim – eu disse.
 – Lana será que você pode sair daqui? – O Luis perguntou.
 – não – ela disse e logo mudou de assunto – eu sou a irmã dele.
 – então você é a irmã que esqueceu a bolsa.
 – sim, sou eu.
 – estamos na mesma sala? – eu perguntei a ela.
 – estamos sim – ela disse – você nem aparenta estar lá, fica muito quieta e sozinha.
 – já é habito meu, não falo no meio das aulas.
 – já tentei fazer isso, mas eu não consigo, eu falo demais – ela disse sorrindo.
 – é eu sei – o Luis disse.
 – já estou indo – a Lana disse saindo de perto.
 – ela é uma pessoa legal – eu disse a ele assim que ela saiu.
 – só se mete demais às vezes.
 – ela só parecia estar querendo te ajudar.
 – é sim – ele disse e de repente apareceu a Débora.
 – oi amor, você está aqui – ela disse segurando a mão dele.
 – oi Débora – eu disse assim que ela chegou, eu me senti tão idiota, achei que ele poderia estar querendo algo comigo, mas era só algo bobo, pelo jeito a festa do dia anterior tinha sido boa – eu preciso ir depois agente se fala.
Só para constar eu não gosto muito da Débora, mas o Luis não tinha nada a ver com isso e eu não tique me meter. Mas agora eu entendia porque toda aquela bobeira para falar o nome, não queria que eu soubesse que já tinha namorada.
Eu entrei em uma das salas para poder ler tranqüila, mas então apareceu a tal de Débora para levar a minha paz embora.
 – ele é meu! – ela disse entrando na sala.
 – do que você está falando?
 – do Luis, nós ficamos na festa de ontem e eu quero ficar sério com ele agora.
 – isso não é problema meu e sim seu, eu só estava sendo gentil.
 – acho muito bom que você pense assim – ela me disse.
 – você não acha nada sua garota intrometida, agora me deixa e me paz o favor de sair daqui – e assim ela fez, nunca deixei tirar onda comigo, sempre se achou demais, mas não é assim que funciona aqui, os meninos sempre preferiram a mim a ela (apesar de eu nunca ter ficado com nenhum deles) e por isso a Débora sempre me odiou, mesmo sem eu ter feito nada.
O Luis apareceu lá depois, querendo falar comigo.
 – oi – ele disse entrando na sala.
 – oi – eu respondi sem tirar os olhos do livro.
 – fiquei sabendo do que houve aqui agora pouco – ele me disse.
 – só espero que a sua namoradinha não venha mais me encher.
 – ela não é minha namorada, eu só fiquei com ela ontem e disse que não queria mais nada com ela, que eu estava interessado em outra menina.
 – é mesmo – eu sorri, e meu sangue ferveu.
 – é você – ele me disse sorrindo.
 – você está falando sério? – eu perguntei a ele e ele veio se sentar do meu lado.
 – estou sim – ele disse e me beijou, eu nunca tinha beijado um menino antes, fiquei nervosa e o empurrei – o que foi?
 – nada, só que eu tenho que ir – eu disse e sai da sala, logo em seguida o sinal bateu e eu entrei na sala, sentei no canto, mas desta vez sem prestar atenção na aula.
No fim da aula o Luis veio falar comigo, minhas mãos tremiam e eu só sabia ficar olhando para o chão.
 – eu sei por que você saiu correndo.
 – sabe? – eu perguntei ficando com as bochechas rosadas.
 – sei você é bv.
 – beijei tão mau assim? – eu perguntei.
 – não, não é isso – ele disse – é que todos falam disso aqui.
 – mas você acabou de entrar na escola.
 – é, mas desde ontem que estão falando, tipo: será que a Lizi perdeu o bv? ou será que a Lizi ainda é bv? , será que a Lizi está namorando sem nos contar?.
 – porque as pessoas falam tanto da minha vida?
 – por que todos dizem que você é linda de mais para ficar sozinha.
 – isso não quer dizer nada, eu sou tão bonita, mas era bv até hoje cedo.
 – me disseram que foi você que nunca quis nenhum dos meninos daqui.
 – isso pode ser verdade.
 – eu sei que é.
 – está bem, mas eu tenho que ir embora!
 – vai à festa amanhã?
 – já disse que não gosto de festas.
 – vamos ao cinema então – ele disse.
 – estou sem dinheiro – eu disse tentando fazê-lo desistir.
 – eu pago – ele disse.
 – não sei se meu pai vai me deixar ir – eu disse.
 – o que você está tentado fazer? – ele disse me puxando e me encurralando na parede, me impedindo de passar – não quer ir ao cinema? É isso.
 – não, não é isso – eu disse a ele.
 – não quer ir comigo? É isso?
 – não só estou com vergonha – eu disse baixinho.
 – não precisa ter vergonha – ele me disse chegando mais perto, quase deixando o nariz colado no meu.
 – não quer me deixar com vergonha ficando assim comigo? – eu perguntei.
 – vou fazer algo para não sentir mais vergonha – ele disse.
 – o q... – ele não me deixou terminar de falar, simplesmente me beijou e eu correspondi, eram lábios macios e mãos fortes – você devia avisar antes de fazer essas coisas – eu disse ofegante.
 – assim você ia ficar com vergonha.
 – deixa de bobeira – eu disse a ele, mas ele ainda estava perto e aqueles lábios perto dos meus, não consegui evitar simplesmente o beijei.
 – acho que a minha técnica de tirar a sua vergonha funcionou.
 – tchau, eu tenho que ir embora. – eu disse saindo da sala.
 – espera! – ele me chamou – vai ao cinema amanhã.
 – está bem.
Fui para casa completamente feliz, assim que eu entrei me deparei com a casa vazia, como de normal, meu pai estava trabalhando essa hora e minha mãe faleceu há alguns anos atrás, eu era bem pequena e lembro pouco dela, mas eu e meu pai nos damos muito bem.
O resto do dia passou voando, quando me dei conta o meu pai já estava em casa, considerando que ele só chega lá em casa a partir das oito horas, conversamos, ele preparou o jantar como o de costume e depois eu fui para o meu quarto.
Essa manha eu acordei cedo, me arrumei e fui direto para a escola, me sentei na frente da sala, não queria ficar perdida desde o início das aulas, eu não sou a menina inteligente, eu sou a menina esforçada, nunca conseguia pegar a matéria nova de primeira, sempre tinha que me esforçar o máximo possível para não tirar nota baixa.
No intervalo eu fiz o mesmo do dia anterior, fui para uma sala onde eu pudesse ficar sozinha, mas novamente fui impedida, o Luis entrou na sala, e começou a falar.
 – está fugindo de mim? – ele me perguntou.
 – por que eu estaria?
 – sei lá, não falou comigo o dia inteiro e na hora do intervalo veio direto para essa sala sem dizer nada.
 – você sabe que eu gosto de ficar sozinha.
 – e eu gosto de ficar com você – ele me disse sorrindo.
 – é mesmo? Mas você nem me conhece direito.
 – isso importa?
 – importa sim – eu respondi.
 – você também sabe pouquíssimo sobre mim.
 – é isso que me incomoda.
 – o que mais quer saber? – ele me perguntou sentando do meu lado.
 – quantos anos você tem?
 – quinze, e você?
 – quatorze.
 – já sabe alguma coisa, está vendo?
 – fala mais alguma coisa.
 – tenho uma irmã gemia.
 – está falando sério?
 – estou, eu e a Lana somos irmãos gêmeos.
 – que legal.
 – vamos mudar de assunto, vamos hoje ao cinema?
 – sim, nós iremos.
 – vai ser ótimo.
  – você não contou nada para ninguém, contou?
 – não, eu não contei.
 – não quero que ninguém saiba por enquanto.
 – por quê?
 – por que não quero, as pessoas adoram falar da minha vida e não quero dar motivo.
 – então quer dizer que eu sou só um motivo? – ele me perguntou me encostando na parede e vindo em minha direção para me beijar.
 – não! – eu pedi – alguém pode ver.
 – nós estamos encostados na parede, não dá pra ver.
 – mais tarde eu prometo que te beijo, mas agora não.
 – está bem – ele me disse desanimado.
 – então me solta – eu disse a ele rindo.
 – fica mais um pouco.
 – daqui a pouco alguém pode entrar aqui e eu vou ficar encabulada.
 – está bem – ele disse me beijando na bochecha.
 – me deixa sair da sala para depois vir, mas espera um pouco.
Eu sai e fui direto para a sala de aula, algumas meninas estavam lá e nós ficamos conversamos.

 – e ai Lizi continua sendo bv? – a chata da Débora perguntou.
 – é... – eu não sabia o que dizer se mentia ou se falava a verdade.
 – você não acha isso meio pessoal? – a Lana perguntou.
 – o que tem ela falar? – a Débora perguntou.
 – eu prefiro não dizer nada – eu disse.
 – e como descobriremos se você não falar.
 – se um dia eu estiver namorando ou ficando vocês vão ver – eu sai da sala e as deixei lá, logo em seguida a Lana veio atrás de mim.
 – eu sei – ela disse para mim.
 – do que você sabe?
 – o Felipe fala tudo para mim.
 – ele te contou?
 – é claro, nós falamos tudo um para o outro.
 – não quero que ninguém mais fique sabendo, por favor!
 – eu não vou falar, fica tranqüila.
 – é que as pessoas adoram falar de mim nessa escola, e eu não quero dar motivos para ficarem falando.
 – ele gosta muito de você, não devia ter cuidado com o que os outros dizem.
 – ele não pode gostar tanto de mim assim, nós nos conhecemos ontem.
 – mas ele gosta, e você tem que entender.
 – mas eu não acho que isso seja verdade.
 – procure acreditar.
 – é que eu procuro não me apegar fácil.
 – o Felipe e bem diferente, ele quando gosta de alguém é de verdade, ele percebe de primeira.
 – isso é mesmo verdade?
 – é sim,eu gostei de conversar com você – ela me disse sorrindo.
 – eu também gostei de conversar com você.
 – podemos ser amigas, gosto de pessoas com a sua personalidade.
 – obrigada.
 – você parece ser muito quieta.
 – eu sou pelo menos eu acho.
 – vamos sair um dia desses.
 – vai ser ótimo.