domingo, 1 de janeiro de 2012

segundo capitulo

Nós voltamos para a sala pouco tempo depois, ela sentou do meu lado, conversamos por um tempo e depois ela começou a falar do ex-namorado, disse tudo sobre ele, sobre a vida deles juntos e muito mais, ela disse que queria se casar com ele, mas ele a traiu com outra menina e ela disse que isso não perdoa.
Eu fui direto para casa depois da aula, não sabia o que vestir e daqui a pouco eu iria me encontrar com o Luis Felipe, decidi que iríamos nos encontrar apenas no cinema.
Cheguei ao cinema na hora certa, ele já estava lá e assim que me viu parecia que estava mais relaxado.
 – o que foi?
 – como assim?
 – você parecia estar nervoso.
 – é que eu achei que você não iria vir.
 – por quê?
 – porque a Lana disse que você não viria depois da conversa que teve com você.
 – na verdade ela só falou bem de você.
 – eu vou matar ela.
 – ela estava apenas brincando com você – eu digo segurando a mão dele.
 – vamos entrar? – ele me pergunta sorrindo.
 – é claro – eu digo.
O filme eu não prestei atenção, foram beijos o filme inteiro, ele tinha os lábios macios e me fazia sentir bem, como se nós já nos conhecêssemos há muito tempo.
Só percebemos que era o fim do filme porque as luzes se acenderam e por que não tinha mais ninguém no cinema.
 – acho que está na hora de irmos embora – eu digo envergonhada.
 – concordo – ele disse me puxando pelas mãos.
O Luis Felipe me deixou em casa e depois de um tempo meu pai chegou, ele rodou pela casa e ficou me olhando por um tempo.
 – onde você foi tão arrumada?
 – não estou muito arrumada, só passei brilho e botei uma calça nova.
 – onde você foi? – ele me perguntou de novo.
 – fui ao cinema – eu disse indo para a cozinha.
 – o que você vai fazer ai? Nunca entra nessa cozinha.
 – já está na hora de aprender a fazer alguma coisa, não é mesmo?
 – o filme foi bom?
 – hã? – eu perguntei mudando de assunto.
 – o filme que você assistiu, foi bom?
 – foi sim.
 – com quem você foi?
 – com um amigo – eu nunca menti para o meu pai não era agora que eu iria mentir, só não precisava falar tudo se ele não perguntasse.
 – você está namorando?
 – acho que não – eu disse a ele séria.
 – como assim acha que não? – ele me perguntou nervoso.
 – pai você está me dando medo.
 – você beijou esse menino?
 – pai?!
 – o que foi? Eu estou falando sério com você.
 – eu não tenho que te responder isso.
 – filha responde, por favor!
 – beijei – eu disse abaixando a cabeça.
 – tudo bem, qual o nome dele?
 – Luis Felipe.
 – pois bem, quero conhecer esse tal de Luis Felipe.
 – não é assim que funciona pai.
 – como é que funciona?
 – eu fico com ele por pelo menos um mês e depois eu trago ele para falar com você.
 – mas eu quero falar com ele o mais rápido possível.
 – posso falar com ele pelo menos daqui a uma semana.
 – não quero você ficando com mais nenhum menino.
 – pai, eu não sou dessas, ok? Eu não fico com um monte de garotos por ai e se fosse assim eu não teria te contado nada.
 – ótimo, mas eu quero conversar com esse rapaz.
 – por favor, pai, espere um pouco. Quando ele estiver pronto eu o trago aqui.
 – como assim pronto? É só trazê-lo aqui.
 – não é simples assim pai, eu tenho que conversar com ele primeiro e saber se ele vai querer namorar comigo.
 – como assim vocês não estão namorando?
 – é claro que não pai, só ficamos uma vez.
 – isso não quer dizer que estão namorando?
 – não pai. Até parece que você começou a namorar a minha mãe do nada, nem ficou com ela antes!
 – é claro que não.
 – então, do que você está falando?
 – nós éramos mais velhos do que você.
 – eu vou fazer quinze anos esse ano.
 – só no final do ano.
 – mas é quinze mesmo assim.
 – está bem, mas de qualquer forma eu quero falar com ele agora.
 – se eu soubesse que faria tudo isso eu não falaria nada.
 – você falaria sim – ele disse saindo da cozinha.
Fui me deitar mais cedo do que o de costume, não sabia o que dizer ao Luis Felipe, não sabia o que ele queria comigo de verdade, não sabia se ele queria namorar ou apenas ficar comigo, na manha seguinte eu meio que fugi dele, sabia que iria ficar com vergonha se ele viesse falar comigo.
Sentei no meio das meninas no intervalo, mas provavelmente ele percebeu porque ele foi atrás de mim.
 – meninas será que vocês podem sair para que eu possa falar com a Lizi.
 – é claro – a Lana disse puxando as outras meninas, assim que elas saíram, ele se sentou do meu lado.
 – o que aconteceu? Até ontem estávamos bem.
 – e estamos bem.
 – não, nós não estamos bem. Eu fiz alguma coisa de errado?
 – não, porque teria feito algo de errado?
 – não sei me diz você.
 – não é você.
 – não vem com essa.
 – com o que? – eu perguntei a ele sorrindo.
 – não é você, sou eu.
 – não era isso que eu ia falar.
 – e o que é?
 – acho que não vai mais querer ficar comigo.
 – por quê?
 – por que eu fiz a besteira de falar para o meu pai que eu tinha ficado com um menino.
 – e qual é o problema?
 – ele quer que eu namore.
 – é... – ele ficou sem palavras e eu já sabia o que dizer.
 – não precisa namorar comigo, eu invento alguma coisa para ele.
 – não, eu quero namorar com você, mas eu quero namorar sem que você se sinta obrigada a fazer isso.
 – eu não me sinto obrigada, só não tenho certeza se é o certo a fazer, não sei se eu gosto de você mesmo.
 – nossa você foi direta.
 – não costumo a me apegar fácil, por que eu sei que sempre vou perder as pessoas.
 – prometo que se formos ficar juntos, você nunca vai me perder, vou ser sempre seu, só seu.
 – como pode dar essa certeza? Mal me conhece.
 – esse é o problema, não te conhecer o suficiente, eu faço o que for preciso, eu descubro, eu faço qualquer coisa por você.
 – você só tem quinze anos.
 – e você fala como se tivesse mais que isso, se quiser namorar comigo eu vou fazer de tudo para dar certo eu prometo.
 – iria até meu pai para pedir para namorar comigo?
 – é claro, você não é minha primeira namorada, já falei com pais antes.
 – você só tem quinze anos – eu disse a ele sorrindo.
 – comecei a namorar com treze anos.
 – quantas meninas você já namorou?
 – só uma – ele me disse.
 – quanto tempo vocês namoraram?
 – um ano e meio.
 – esse tempo todo?
 – conosco vai ser mais tempo.

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